terça-feira, 23 de agosto de 2011

Não foi só minha imaginação...

Todo dia. É, todo dia. Ele sempre está lá, ele, e o outro também. Eles até tentam esconder - ficam longe um do outro, não conversam - mas eu sei, a gente sempre sabe. Tá, não é assim também. Tem muita gente que não percebe. Eu, tenho certeza.

Um sonho de consumo. Perfeito. O outro? ah, ele já é mais “clássico”, moderno, mas “clássico”. Não tem aquele charme, sabe? As vezes fica me olhando com uma cara de: nem adianta tentar, ele é meu.

Foi há muito tempo, a primeira vez que o outro me encarou. Os dois tinham entrado, separados. Logo pensei: “Humpf!! Esses dois por aqui?!”. Já tinha os visto, uma única vez. Passaram. O outro na frente, primeiro. Ele ficou, foi bem depois. Quando eu estava saindo vi os dois, sentados, bem longe um do outro. Ele, como sempre, olhando pro nada. O outro encontrou o meu olhar, nós dois sabíamos a verdade e ele sabia disso.

Os dias se passaram, e era sempre a mesma coisa. Eles entravam, um ia, o outro ficava, nunca sentavam juntos… Até que um dia ele foi sozinho, não resisti, perguntei por que eles sempre estavam separados e por que ele era o que passava depois. Não que a ordem importasse alguma coisa, mas eu não tinha o que falar. Ele olhou pra minha cara como se eu fosse louca - o que é obvio, faria o mesmo no lugar dele -, dizendo: “Oi?”. “Me desculpe! Era bobeira, deixa pra lá!”, respondi.

Fiquei paralisada por alguns segundos, olhando pro lado oposto dele. “Qual o seu nome?”, isso me balançou. Aquela voz tinha sumido dando espaço a outra surpreendente. Ficamos um bom tempo conversando sobre, nem sei o que, foram tantas coisas, bobeiras. Sabe aquele silencio mortal? Olhei no relógio, já estava mega atrasada. Mas ficaria mais algumas horas conversando com ele. “Você sabe, não é?” Preferia o silencio mortal a essa pergunta. Ele continuou. “Sabe que não somos só amigos? O por que de ficarmos sempre separados?” Nao tive palavras por uns 5 segundos. “Seria melhor se eu estivesse errada. Assim teria alguma esperança.” Ele nao respondeu. Senti o calor da sua respiração. O calor das suas mãos no meu rosto. O calor dos seus lábios nos meus. Era errado, mas não tinha porque resistir. Eu queria aquilo. Foi… não sei. Foi diferente de tudo que eu já havia sentido. Foi indescritível e inesquecível.

Não consegui me recuperar a tempo. Olhei e ele já estava longe. Queria sair correndo, ir atrás dele, perguntar um monte de coisa. Mas achei melhor não perguntar, não saber. Era melhor pensar que tinha sido apenas a minha imaginação.

Mais dias se passaram. Nunca mais o vi. Agora era só o outro, todos os dias a mesma coisa. Como se ele nunca tivesse existido. A única prova que eu tinha de que ele era de verdade era aquele olhar, que não me abandonava, do outro. E isso, por mais incomodo que fosse, me fazia muito bem.

- Thereza Rastro

domingo, 21 de agosto de 2011

Será, de tudo, válido?


Ok… eu não sou a pessoa mais feliz do mundo, nem tenho tudo o que eu quero, mas sou muito feliz no mundo em que vivo. Não, eu não estou falando do planeta em si. Estou me referindo ao meu “tipo” de vida mesmo. Aí eu percebo que algumas pessoas à minha volta, pessoas essas que viviam no mesmo mundo que eu, estão, como eu posso dizer… entrando em outro mundo.
A primeira vez que vi isso, achei horrível. Não queria aquilo pra mim. Fiquei chocada, com uma “mudança” muito pequena. Comecei a prestar mais atenção,  para ver se havia outras “mudanças”. Percebi, é claro. mas, como eu estava meio paranóica, pensei que fosse só a minha cabeça, querendo que eu acreditasse que havia perdido essas pessoas do meu mundo.
Já que eu havia, realmente, as perdido do meu mundo, não queria as perder da minha vida - na verdade, acho que já as havia perdido da minha vida, antes mesmo delas sairem do meu mundo. Resolvi que se eu visitasse esse mundo, talvez, eu me reaproximasse das pessoas que havia perdido.
Visitei. Confesso que foi bem estranho descobrir como aquele mundo, relativamente novo pra mim, funcionava. Aquelas pessoas, eu sabia que nunca mais iriam voltar para o meu mundo. Se eu realmente quisesse continuar a viver com elas, teria que construir uma ponte, permanente, entre os dois.
Não foi fácil, como nenhuma mudança é. E eu também não queria muito essa mudança, porque, como já disse, eu era muito feliz no meu mundo. Mas eu acabei gostando. Gostando muito desse mundo novo. Gostando a um ponto em que seria possível até mesmo largar tudo que já havia construído no meu mundo. E não é porque eu gostei daquele mundo que não havia coisas das quais eu não gostasse. Havia sim, e muitas delas por sinal. Isso não importava, embora eu visse que essas coisas “ruins” não fizessem mal só à mim, os motivos que me levavam a ficar por lá eram maiores.
Depois de muito puxar pela memória, percebi que eu tinha sido a primeira a visitar àquele mundo novo, só que a intensidade com a qual eu entrei nele foi muito menor que a das pessoas à minha volta. Desde sempre eu gostei daquele lugar. Agora, meu único medo é o de não conseguir sair de lá, antes mesmo de ter feito minha mudança completa, porque, embora aparentemente ele seja muito bom, se eu colocar tudo na balança, eu sei, vou perceber que não fiz  a escolha certa. Que tudo aquilo, de repente, não era tão bom assim, não valia à pena.

sábado, 20 de agosto de 2011

Apresentação

Antes de começar qualquer coisa, vamos às apresentações: leonina neurótica, que se irrita facilmente com qualquer tipo de barulho - principalmente os repetitivos. Tentando não se deixar levar pelas peripécias da vida. Uma boa filha, diga-se de passagem. Uma boa ouvinte, às vezes realmente SÓ ouvinte. Não falo muito, até você me conhecer de verdade, aí não paro de falar.  Muito insegura pra muitas coisas, mesmo sabendo que posso ser muito boa nelas. Futura jornalista, que ainda precisa estudar muito se quer passar na faculdade - não que eu seja má aula, nem chego perto disso, mas ainda tenho que me dedicar muito mais. Preguiçosa que só eu, sempre que puder vou deixar pra depois. Não sou magra... nem obesa. (haha) Não muito alta. Olhos castanhos - sempre com muito rímel. Cabelos, como diz meu professor: "Minha linda dos cabelos negros!", mas eles não são de fato negros, castanhos bem escuro, ondulados. Não me preocupo muito com roupas, não ando de qualquer jeito, mas também não faço super produções. Por fim, meu coração: anda bem preocupado com coisas insignificantes, ou não, ultimamente.

Maria Theresa, 17 anos, interior de São Paulo. 
A mais nova blogueira desse vasto mar de ideias.